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["Antonio C Pinto" <antonio.c.pinto@risco.pt>]

Manhattan
arte contra o terrorismo


1. A Guerra era vista por Clausewitz como a continuacao da politica por
outros meios

2. A Politica era vista por Lenine como a continuação da Guerra (a Revolucao
Proletaria) por outros meios

3. A Terror sempre foi um dos aspectos mais maquiavelicos da Guerra (na
medida em que declara pretender abreviar a duracao da propria guerra,
atraves da devastacao psicologica do "inimigo")

4. Os Terrorismos contemporaneos tem muitas causas e justificacoes. Por
vezes, correspondem a tacticas tipicamente oriundas dos manuais da guerra e
da guerrilha, e exercem o terror em nome de um determinado ideal ou
pretensao territorial. Noutros casos, traduzem a transformacao de movimentos
politicos em puras formas de banditismo organizado. E noutros ainda, talvez
os mais preocupantes, revelam-nos a existencia de verdadeiras celulas
suicidas em muitas complexas e disfuncionais sociedades contemporaneas.

Se nao soubermos fazer estas distincoes cometeremos os maiores e
injusticas.

5. Se a Arte pode e deve estar contra todas as Guerras, na medida em que,
representando a sua complexidade, revela a sua intrinseca injustica e
bestialidade, tambem pode e deve estar contra todas as tacticas guerreiras
intempestivas, indiscriminadas e traicoeiras do Terrorismo, na exacta medida
em que o horror por estas produzido nao deixa de afectar intrinsecamente a
sua propria existencia e manifestacoes diversas.

6. Os artistas europeus, que muito aaprenderam com a arte nova-iorquina da
segunda metade do seculo 20, seriam uns hipocritas e uns cobardes indecentes
se, depois do que aconteceu no 11 de Setembro, fossem incapazes de
demonstrar a sua inequivoca solidariedade para com os artistas
norte-americanos.



António Cerveira Pinto
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